Os restos da baleia jubarte encontrada morta em uma comunidade do Arquipélago do Bailique, no dia 15 de dezembro passado, servirão para basear estudos do Instituto de Pesquisas Científicas e Tecnológicas do Amapá (Iepa). O primeiro passo é transportar a ossada do animal até a capital, onde será feito o trabalho de análise e, futuramente, exposição.
Na última sexta-feira, 4, uma equipe de pesquisadores se deslocou até a localidade de Ilha Vitória, para iniciar o processo de retirada do esqueleto do animal, junto com moradores. Eles foram auxiliados por policiais do Batalhão Ambiental, da Polícia Militar.
“Os serviços são para limpar os ossos e colocá-los em uma área segura, pois onde está existe a influência da maré, o que pode deixar o esqueleto incompleto, já que o material pode ser levado pelas águas”, informou a pesquisadora do Iepa, Cláudia Funi.
O material, que pesa cerca de uma tonelada, será transportado até a capital por uma balsa, que será preparada de acordo com as especificidades do resgate. Apesar dos esforços para coletar informações sobre a baleia, os pesquisadores afirmam que não será possível definir a causa da morte, por exemplo.
A bióloga Daniele Lima, do Instituto Mamirauá (AM), que trabalha em parceria com o Iepa, explica que foi possível colher muito material, mas, devido ao estado avançado de decomposição, alguns questionamentos não devem ser esclarecidos.
“É o primeiro registro de encalhe da espécie de baleia jubarte no Amapá, mas como o animal foi encontrado em uma área remota e o estado de decomposição já estava muita avançado, só foi possível encontrar tecidos para estudos genéticos, o que possibilitará descobrirmos se era macho ou fêmea e saber se o animal pertence ao grupo recorrente nas águas do hemisfério sul ou norte”, explicou a bióloga.
O animal possivelmente é um adulto, estimado em 12 metros de comprimento e com um peso entre 25 e 30 toneladas. Após todas as pesquisas existe a expectativa de expor o esqueleto da jubarte no Museu Sacaca. No país, somente quatro museus possuem este tipo de acervo.
O animal só foi encontrado em águas próximas ao Amapá com as pesquisas de buscas por petróleo, mas longe da costa, ou seja, em águas profundas e oceânicas. Na costa norte do Brasil, só existe o registro de encalhe de baleias jubarte nos Estados do Maranhão e Pará e, agora no Amapá.